terça-feira, 10 de agosto de 2010

I-Juca Pirama

Analise da obra
Gonçalves Dias publicou o livro Últimos cantos e deve ter sido escrito entre 1848 e 1851, e na obra se encontre o poema I – Juca Pirama.
I – Juca Pirama é considerado pelos críticos como um dos mais elaborados poemas do Romantismo brasileiro.
O título do poema é tirado da língua tupi e significa, conforme explica o próprio autor, ”o que há de ser morto, e que é digno de ser morto.” Embora tenha nome próprio, “Juca Pirama”
Não tem nada haver com o nome do índio aprisionado pelos Timbira apesar de ter uma fama narrativa que configura o gênero épico e o conteúdo dramatizado, predomina no poema o gênero lírico – Um lirismo fácil e espontâneo, perpassado das emoções e subjetividade. Como é próprio do romantismo, estilo a que esta ligado Gonçalves Dias, é um lirismo que brota do coração e da “imaginação criadora” do poeta e que expressa bem o sentimento romântico. A obra é indianista e vale ressaltar a musicalidade dos versos que uma característica típica de Gonçalves Dias. O poema I-Juca Pirama nos da uma visão mais próxima do índio ligada aos seus costumes, idealizado e moldado ao gosto românico. O índio integrado no ambiente natural, e principalmente adequado ao um sentimento de honra, reflete o pensamento ocidental de honra tão típico das novelas de cavalaria medievais – é o caso do texto rei Arthur e a Távola redonda. Se os europeus podiam encontrar na idade media as origens da nacionalidade, o mesmo não aconteceu com os brasileiros. Provavelmente por essa razão, a volta ao passado, mesclada ao culto do bom selvagem, encontra na figura do indígena o símbolo exato e adequado para realização da pesquisa lírica e heróica do passado. O índio é então descoberto, embora sua criação poética dê idéia da redescoberta de uma raça adormecida pela tradição e que foi revivida pelo poeta. O idealismo a etnografia fantasiada, as situações desenvolvidas como episódios da grande gesta heróica e trágica da civilização indígena brasileira, a qual sofre a degradação do branco conquistador e colonizador, tem na sua forma e na sua composição reflexo da epopéia. Da tragédia clássica dos romances dês gesta da Idade Media. Assim o índio que conhecemos nos versos bem elaborados de Gonçalves Dias é uma figura poética, um símbolo. Gonçalves Dias centra I-Juca Pirama no estado de coisas que ganham uma enorme importância pela inevitável transgressão pelo herói, transgressão de cunho romanesco ( o choro diante da morte ) que quando transposta a leitura gera um incrível idealização dos estados de alma. Como por exemplo, podemos citar as reações causadas pelo “suposto medo da morte”. Com isso, o autor transforma a alma indígena em correlativos dos seus próprios movimentos, sublinhado a afetividade e o choque entre os afetos: há uma interpenetração de afetos (amor, ódio, vingança e etc.) que estabelece uma harmonia romântica entre o ser que esta sendo julgado e a sua natureza – a natureza indígena, com conseqüente preferência pelas cenas e momentos que correspondem ao teor das emoções. Da í as avalanches de bravura e de louvor a honra e ao caráter.

Aluna: Luciaria, 2ºa vespetino.

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